Nada trouxemos para este Mundo



“Porque nada trouxe para este mundo, e nada podemos daqui levar” (1 Timóteo: 6. 7).

Certa feita meu amigo Bens Luís Famoso disse: “Tudo que se obtém na terra perde-se na terra.  Nada trouxemos e nada levaremos.” 

A natureza passageira e transitória da humanidade caída, em uma terra amaldiçoada, é reafirmada em muitas passagens da Bíblia. A grama seca no campo e logo é lançada na fornalha, enquanto a beleza de uma flor desaparece rapidamente. O céu e a terra actuais também são transitórios e um dia passarão, pois as coisas que se vêem são temporais, mas as que não se vêem são duradouras e eternas.

Riqueza e mais riquezas não duram para sempre, e a coroa dos governantes e seu ceptro de autoridade não duram. Vivemos em um corpo perecível, e a paz e a segurança que os homens buscam com tanto fervor duram pouco e são evanescentes. A terra chora e está murchando, enquanto as pessoas em posições exaltadas acabarão por desaparecer.

A verdade da natureza transitória das criações de Deus não foi projectada para nos levar à beira do desespero, mas para atrair a atenção do homem e nos ensinar a impermanência desta vida, a futilidade de correr atrás do vento e o valor fugaz dos bens materiais e posições elevadas. É para nos ensinar que não temos nada do que nos orgulhar, e de nós mesmos, “pois nada trouxemos ao mundo e nada podemos tirar dele”. Um pequenino bebé nasce neste mundo sem nada - nem mesmo uma cobertura para seu corpinho nu, e embora um homem rico possa ser enterrado com grande pompa e circunstância em um casaco incrustado de jóias e colocado em uma tumba de granito caro, este ainda é uma declaração da fragilidade da vida - pois tudo o que ele possuía fica para trás.

William Barclay foi claro ao dizer: Não trouxemos nada ao mundo, e é evidente que tampouco podemos levar nada dele. Os homens sábios de todas as épocas e crenças souberam disso. Sêneca disse: “Não podes levar do mundo mais do que trouxeste a ele”. O poeta da antologia grega assinalou: “Nu pus meu pé sobre a terra; nu irei sob ela". Como diz o provérbio espanhol: "A mortalha não tem bolsos”. 

E.  K. Simpson comenta: “Qualquer coisa que o homem acumule em seu caminho é parte de sua bagagem, não de sua verdadeira personalidade, mas sim algo que deve deixar atrás ao passar o posto de pedágio da morte”. O homem só pode levar duas coisas a Deus. Pode levar-se a si mesmo, e deve fazê-lo; e portanto a grande tarefa da vida é edificar um ser, um carácter, um coração e uma alma que possam apresentar-se a Deus sem timidez. Pode levar, e deve fazê-lo, a relação com Deus a qual já entrou nos dias de sua vida. Já vimos que o segredo da felicidade descansa nas relações pessoais, e que a maior de todas elas é a relação com Deus. E o maior que um homem pode levar consigo é a convicção totalmente segura de que se dirige a Alguém que é o amigo e amante de sua alma. 

O contentamento chega quando escapamos da servidão das coisas, quando achamos nossa riqueza no amor, na amizade e na fraternidade com os homens, e quando nos damos conta de que nossa possessão mais preciosa é nossa amizade com Deus, que só é possível através de Jesus Cristo. 

Embora as riquezas mundanas não sejam más e possam ser bem utilizadas durante o curso da vida de um homem - a morte é o grande nivelador, pois ensina a lição vital de que nascemos neste mundo sem nada e não podemos pegar nada que acumulamos entre o nascimento e a morte connosco. Mas a morte também é uma ferramenta graciosa que Deus usa para fazer com que os homens busquem a verdade e a vida - que só é encontrada pela fé em Cristo Jesus, nosso Deus e Salvador. 

Paulo sabia que buscar os prémios brilhantes da vida e o acúmulo de riquezas pode muitas vezes nos levar à tentação ou nos aprisionar em uma mentalidade materialista, que pode nos catapultar rapidamente para a ruína e a destruição. Paulo sabia que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os tipos de mal, e uma compreensão da natureza passageira do mundo material é um método eficaz que Deus usa para nos ensinar esta verdade transformadora. Entender que não trazemos nada ao mundo e não podemos tirar nada dele é também um lembrete de nossa dependência diária do Senhor, que prometeu prover para as necessidades diárias - que Ele provê de acordo com Suas riquezas em misericórdia. Incentiva-nos a confiar n'Ele para cumprir Suas promessas e desenvolve uma fé inabalável em Sua Palavra, ao mesmo tempo que desencoraja a propensão humana para a auto-suficiência e o orgulho egoísta. 

Portanto, aceitar que não temos nada do que nos orgulhar, ajuda cada um de nós a perceber que sem Ele nada podemos fazer - porque tudo o que somos, tudo o que temos e tudo o que nos foi dado vem de Seu suprimento abundante. O princípio que está contido neste versículo e está encapsulado em um dos primeiros livros da Bíblia, “Nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei para lá. O Senhor dá e o Senhor tira. Bendito seja o nome do Senhor”.

Obs: Este trecho foi extraído do meu comentário com o título “Amor ao Dinheiro”. Para você que almejar receber o comentário em formato digital, de forma gratuita, é só enviar uma mensagem para o meu WhatsApp +930844473.

Baptista José

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

O que é se vestir com modéstia?

Uma Mulher Cristã Pode Usar Calça?

Os Arminianos são salvos?