Com quem deve o cristão namorar?




Não possuo a menor dúvida em afirmar que o cristão, deve somente, namorar com alguém que esteja também no Senhor. Somente os cristãos têm a nova natureza que não pode pecar (I João 5:18, “todo aquele que é nascido de Deus não peca; mas o que de Deus regenerado conserva se a si mesmo, e o maligno não lhe toca”). Somente os cristãos têm o homem interior que tem “prazer na lei de Deus” (Romanos 7:22). Mesmo que os princípios bíblicos para o namoro Cristão possam ser benéficos para os que não são cristãos, os únicos que podem cumpri-los com prazer são os cristãos. Isso significa que o namoro e o casamento devem ocorrer entre pessoas que estejam em igualdade de situação. 

É muito importante lembrar a lei da ceifa até mesmo no namoro.  A lei da ceifa diz que ceifaremos o que plantamos, “Tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gal. 6:7,8; Romanos 2:6-10). A lei da ceifa diz que ceifamos depois que plantamos, “o que semeia na sua carne, da carne ceifará” (Gal. 6:8; Romanos 2:6-10). A lei da ceifa diz que ceifaremos muito mais abundante além do que plantamos, “o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção” (Gal. 6:8); “E outra caiu em boa terra, e deu fruto: um a cem, outro a sessenta e outro a trinta” (Mat. 13:8; Prov. 1:31). Sem dúvida alguma, existem sérias consequências futuras das decisões e acções feitas hoje. 

É sábio olhar antes o que é necessário para completar os nossos alvos.  Não queremos que ninguém olhe o nosso casamento e família e, com desdém, venha a dizer: “este homem começou e não pode acabar. Este pôs os alicerces, mas não pode terminar.” (Luc. 14:29,30). Espero que todos que estudem o que a Bíblia ensina sobre o namoro nunca cheguem a não terminar com êxito o que começou para a glória de Deus. 
Para não ceifar frutos amargosos, e para não fazer o papel de um tolo, convém que olhemos o futuro dos nossos relacionamentos actuais. O nosso olhar deveria incluir a pessoa com quem pretendemos nos casar. Devemos olhar bem além da paixão do momento e considerar as consequências futuras das nossas decisões e acções de hoje. Se olharmos bem, e, se considerarmos seriamente, podemos comer do trabalho das nossas mãos com uma mulher abençoada ao nosso lado, com filhos tementes a Deus à roda da nossa mesa e a expectativa abençoada de ver os filhos dos nossos filhos (Sal. 118:1-6). 

Devemos considerar qual é a vontade de Deus para as nossas associações, quer sejam sociais, religiosas, familiares políticas ou amorosos. Devemos lembrar de que o Senhor Deus deseja ser glorificado em todas as coisas (Romanos 11:36; I Cor. 1:31). Então, devemos considerar Seus princípios para estas interacções sociais que têm pretensões românticas. 

O namoro Cristão que respeita o princípio de velar para um jugo igual, se preocupará com a fé da pessoa com quem quer namorar. Mesmo que a fé seja algo pessoal e individual, o namoro Cristão quer o amadurecimento da sua fé pelo relacionamento que leva para o casamento. 

Nunca deve ser contemplado por um Cristão namorar alguém que não é Cristão fiel. O desejo e mandamento de Deus para a separação é claro. Por isso Ele (Deus) pergunta, através do seu profeta Amós, ao seu povo de Israel: “Porventura andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?” (Amós 3:3). Por isso Paulo, pela inspiração do Espírito Santo, pergunta aos irmãos em Corinto: “que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos?” (II Cor. 6:14-16). Por isso Paulo, em amor pela verdade, instruiu a igreja em Roma: “noteis os que promovem dissensões de escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles” (Romanos 16:17). Para o Cristão ser fiel ao seu Senhor, ele vai odiar as trevas em vez de namorá-las. 

Um bom testemunho de Cristo pede separação do mundo. Por isso Isaías escreve: “Retirai-vos, retirai-vos, saí daí, não toqueis coisa imunda; saí do meio dela, purificai-vos, os que levais os vasos do SENHOR” (Isaías 52:11). Paulo escreve a mesma coisa à igreja em Éfeso: “Não sejais seus companheiros” “E não comuniqueis com as obras infrutuosos das trevas, mas antes condenai-as” (Efés. 5:9, 11). 

Naturalmente não queremos chamar algo que desejamos e admiramos de ímpio. Dizem que o amor é cego, mas a verdade é: o nosso coração é enganoso, mais do que todas as coisas. É mais do que isso. O nosso coração também é perverso. É ainda pior. Não conseguimos nem conhecer o limite da perversidade do nosso próprio coração (Jer. 17:9; Mat. 15:19). Por isso a Bíblia nos diz que o homem que confia no seu próprio coração é insensato (Prov. 28:26). O homem sábio é aquele que teme ao Senhor e anda na sabedoria da Palavra de Deus. Mesmo que o nosso coração queira aceitar o mal pelo bem, a Palavra de Deus nos diz: “Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes” (I Cor. 15:33).  Com a Bíblia na nossa mão e os seus princípios escritos em nosso coração não podemos andar ignorantes a respeito de qual é a vontade de Deus neste assunto.

A lógica: Porque um jugo igual, ou melhor, uma fé igual é tão importante no namoro Cristão. Se considerarmos algumas coisas básicas creio que não vai ser difícil entender porque Deus quer que o Seu povo se relacione no namoro com uma só fé.
 
Não devemos entrar em um laço desigual, pois isso nos impedirá de amar o Senhor como Ele quer que nós o amemos. Deus não se alegra com um coração dividido. Ele pede que o amemos de todo nosso coração, e de toda a nossa alma, e de todo o nosso entendimento, e de todas as nossas forças (Mar 12:30). Deus sabe que se nós tivéssemos amizades do mundo, chegaríamos a odiar a Ele que é Quem deve receber todo o nosso amor (Mat. 6:24, “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom.”). Talvez achamo-nos vacinados a essa realidade, mas o tempo mostrará que os princípios de Deus são tão imutáveis quanto Ele (Mal 3:6; Tiago 1:17).

Não devemos entrar em um laço desigual, pois isso nos impedirá de termos a paz verdadeira. A paz verdadeira é fruto do Espírito Santo (Gal. 5:22) e não fruto de intenções sinceras, manipulações emocionais e nem de filosofias bem articuladas. O que é da carne se corromperá (Mat. 7:18; Gal. 6:7). A paz verdadeira vem por exercícios espirituais (Fil. 6:6-9). Um jugo desigual impediria a prática desses exercícios espirituais e, portanto, impediria a realização da paz verdadeira.

Não devemos entrar em um laço desigual, pois isso impedirá o casal de ser completamente um. Num casamento, tudo o que uma pessoa é, influenciará o seu relacionamento com o outro. A conversação, a comunhão, as actividades, a vestimenta, os costumes, a alimentação desejada, as férias, a adoração... Tudo isso é influenciado pelo que somos (Gên. 2:24). A união desigual fará com que a conversação tenha rumos desiguais, costumes irregulares, objectivos inconstantes, etc. A união que um casal tem é reflectida pelas palavras do apóstolo Paulo à igreja em Corinto: sociedade, união, concórdia, parte, consenso (II Cor. 6:14-16). Aquela união desigual será impedida de ter concórdia, consenso, união e parte nos assuntos de maior porte, ou seja, aquilo que é eterno. Uma união de um jugo desigual pode ser comparada a prostituição espiritual, pois aquilo que pertence a Deus está sendo usado numa união não espiritual (I Cor. 6:15-20). Um segredo para ter paz e harmonia no lar é fazer tudo juntos. Porém, se não existe união no assunto da fé, como pode atingir a harmonia desejada nos assuntos que transcendem o presente? 

Não devemos entrar em um laço desigual, pois isso nos impedirá de obedecer a Bíblia. A Bíblia pede que os pais instruam os filhos na doutrina e admoestação do Senhor (Efés. 6:4; Deut 6:5-9). Uma união desigual fará com que os nossos alvos de treinar os filhos, no que diz a Bíblia, sejam bloqueados e desanimados. Deus, em misericórdia, pode trazer bem do mal, mas não devemos tentar a Deus desobedecendo-O e pedindo as Suas bênçãos sobre a nossa desobediência.

Não devemos entrar em um laço desigual, pois isso afectará as nossas futuras gerações. No casamento o casal ajunta-se com as famílias dos seus cônjuges para o resto das suas vidas. As tradições não cristãs da família do não convertido serão assimiladas na família do Cristão. Essas tradições afectam todas as áreas da vida do casal (férias, aniversários, programas de televisão, revistas de leitura, maneiras de disciplinar os filhos, o uso do dinheiro no lar, a importância da adoração correcta, etc.) Para entender o efeito que uma esposa ou esposo não Cristão pode ter no casal dê uma lida na passagem que explica o porquê Salomão foi levado à idolatria (I Reis 11:1-7).

Os exemplos bíblicos para se ter um jugo igual na fé é tocado, não só pelos referências já vistas acima que incluíram a separação cristã, mas também pelos conselhos dados às viúvas que quiseram se casar novamente. Se falecer o marido de uma mulher cristã ela fica livre para se casar com quem quiser, “contanto que seja no Senhor” (I Cor. 7:39). A lei, que revela os princípios eternos de Deus, instrui o povo de Israel de não dar as suas filhas aos filhos dos que não eram judeus e nem deveriam tomar as filhas dos outros para casarem com os seus filhos. A razão de não ter esses filhos ou filhas de quem não eram cristãos era declaradamente: “pois fariam desviar teus filhos de Mim, para que servissem a outros deuses; e a ira do SENHOR se acenderia contra vós, e depressa vos consumiria” (Deut 7:1-4). Não somos judeus e, sendo cristãos, não estamos mais debaixo da Lei de Moisés, porém, se queremos nos separar para Deus e servi-Lo como um povo peculiar e especial dele, vigiaremos com cuidado e temor tudo o que pode agradar a Ele melhor. E este temor nos levará a não ter um jugo desigual na fé. 

O namoro Cristão, respeitando o princípio de velar para um jugo igual, poderia preocupar na raça da pessoa com quem quer namorar. Devido o casamento ser um desafio no melhor dos casos, convém pensar em tudo que fará o casamento melhor e mais fácil. A Bíblia conta exemplos de raças mistas no casamento que eram abençoados e também amaldiçoados. Portanto não podemos estabelecer uma lei nessa área de pensamentos como podemos enfatizar na área da fé. Mas quando falamos de um jugo desigual pode-se entrar na questão da raça também.

Abraão fez questão de que a esposa de Isaque fosse da sua terra e da sua parentela (Gên. 24:1-4). Em tempo, Isaque chamou seu filho Jacó e mandou que ele voltasse à terra do pai da sua mãe e tomasse de lá uma mulher das filhas dos seus parentes (Gên. 28:1-2). As primeiras esposas de Esaú eram filhas de heteus (Gên. 26:34). Por serem de raça e fé diferentes, isso foi uma amargura de espírito aos seus pais (Gên. 26:35). Depois Esaú pegou filhas dos seus avós para consertar o mal feito (Gên. 28:8, 9). De certo, a razão de ter um casamento da mesma parentela e do mesmo povo era por que estes eram da mesma fé.

Mas a Bíblia não mostra somente casamentos abençoados entre a mesma raça. José, do Velho Testamento, foi dado a uma filha do sacerdote, no Egito. É evidente que este foi um casamento político, mas foi um casamento de raça desigual da mesma forma (Gên. 41:45). Rute e Boaz eram da mesma fé mas não da mesma raça (Rute 1:4; 4:9,10). Timóteo tinha uma mãe judia e um pai grego (Atos 16:1) e isso não impedia que ele fosse usado no serviço do Senhor.
 
Entendemos que não existe um mandamento geral na Bíblia para nós nos casarmos com a nossa própria raça. Mas é sábio considerar a cultura e outros aspectos da raça de quem casamos para ver se há possibilidades viáveis em ajuntar os dois em uma vida idónea ao Senhor.

Prezado leitor, para o bem da tua alma, por obséquio atenta diligentemente nas palavras exposta a cima. Como dizia o reformador Joel Beeke ʺ Se você é um cristão solteiro, não começa um relacionamento amoroso com uma pessoa que não ame o Senhor Jesus Cristo, e não esteja caminhado com Deus. Não se contente com alguém que vai à igreja, mas professa uma fé questionável. O mínimo que se exige para namorar, ou cortejar alguém, que deve ter uma fé em Cristo que produza bons frutos através do amorʺ.

Texto extraído do meu livro “Namoro na Perspectiva Cristão”


Para você que desejar adquirir o livro pode entrar em comunicação com a editora Educação Cristã, apartir do E-mail: assessoriacarlosoliveira@gmail. Com 
Fone: (11) 99877-2596

Obs: O livro de momento só está disponível no Brasil, mas brevemente também estará disponível em Angola. 

Baptista José

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